Alda é uma estudante secundarista apaixonada pela ideia de um Brasil mais justo em meio à tensão política de 1964. Às vésperas do golpe, no Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, ela conhece Maria, uma universitária do curso de filosofia da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) — e o que poderia ser apenas mais uma amizade torna-se um amor profundo, arrebatador e proibido. Maria, porém, carrega em si as marcas da sociedade da época. Alda, no entanto, não aceita viver pela metade. Ao revisitar a história, o romance ALDA faz um passeio minucioso pelo cenário político e cultural da história brasileira na década de 1960. A narrativa nos afeta a ponto de não conseguirmos deixar de virar a próxima página. Episódios como o Incêndio da UNE, em primeiro de abril de 1964, O Massacre da Praia Vermelha, o Assassinato do estudante Edson Luís, no restaurante Calabouço, a Passeata dos Cem Mil, ao serem retratados com verossimilhanças aos fatos históricos não fogem ao encantamento proporcionado pelo estilo de escrita da autora que consegue transformar o leitor em um confidente de seus protagonistas. Ficção e realidade se complementam. Com os olhos de Alda, deslumbramos o amor sem a venda do preconceito, assim como mergulhamos, de forma lúdica, em um período em que “Edsons” morriam, desapareciam, ou tinham os sonhos aprisionados dentro das grades do Dops ou eram lançados nos braços das guerrilhas.